Aculturamento da qualidade é uma alavanca

A sensibilidade para a qualidade é um fator primordial para o avanço da indústria

Ingo Pelikan é presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva

Ingo Pelikan

por Ingo Pelikan,  
presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva

A qualidade precisa avançar no Brasil. Essa é uma condição básica para que a nossa indústria se torne cada vez mais competitiva em nível global e aumente a sua capacidade de exportação. Um dos caminhos para desenvolver o nosso potencial de crescimento é justamente intensificar a inovação e o aculturamento para a qualidade dentro da cadeia de todos os setores da economia.

No caso do automotivo, em parceria com as comissões de qualidade da Anfavea e do Sindipeças, o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva tem fomentado discussões sobre a necessidade da capacitação técnica para o aprimoramento da qualidade em sistemas, processos e produtos. Aqui a qualidade não é entendida obrigatoriamente como competência de uma área específica, mas como essência.

Um dos temas vinculados à capacitação técnica que está em discussão é a própria formação acadêmica. A nossa proposta é estabelecer diálogo com as comissões de recursos humanos das instituições de ensino superior para identificar o que se oferece de formação acadêmica na atualidade que é alinhada às demandas da indústria.

Entendemos hoje que o aculturamento para a qualidade precisaria ser introduzido já na formação básica dos futuros profissionais porque facilitaria a absorção desse compromisso. Para isso, vamos buscar uma aproximação com as entidades correlacionadas para verificar se hoje há alternativas na grade escolar que possibilitem essa formação.

A sensibilidade para a qualidade é um fator primordial para o avanço da indústria. Comparadas com a nossa, outras culturas da qualidade, como europeias, americana e japonesa, talvez no Exterior essa sensibilidade já esteja mais ajustada dentro da indústria. Isso porque nesses lugares essa percepção para a qualidade já vem justamente na formação da criança.

Outro tema em discussão é o complemento que a indústria oferece ao profissional, formação em que o Sistema S assume importante papel. Em contratações, matrizes de treinamento fazem a capacitação dos colaboradores conforme a cultura da empresa. Quanto melhor qualificado chegar o profissional, mais fácil fica essa primeira fase de treinamento dentro da organização.

A terceira questão que temos debatido são os cursos de especialização que envolvem, por exemplo, os treinamentos em ferramentas da qualidade exigidas pelas montadoras e demais empresas do setor automotivo.

Na busca constante de ser um órgão sustentável para a qualidade da cadeia automotiva, o IQA assume o papel de provocar essas discussões para identificar oportunidades de melhoria e ajudar a desenvolver um plano de ação robusto por entender que o aculturamento para a qualidade é um dos caminhos para alavancar a nossa indústria.

Tags: ,