Alegrias e tristezas

Primeiro as notícias tristes. Os importadores de automóveis associados à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) lamentam mais um mês de vendas baixas, ao anunciarem que em janeiro deste ano, o resultado foi 24,2% pior do que em janeiro de 2012.

Foram comercializados apenas 8.617 veículos, contra 11.370 veículos em janeiro do ano anterior. Em relação à dezembro de 2012, quando foram emplacados 9.287 unidades, a queda nas vendas de janeiro dos importadores foi de 7,2%.

Ocorre que no período, as vendas de automóveis no mercado interno cresceu.No editorial da edição de fevereiro, o título foi: Janeiro recorde, com texto baseado nos resultados de vendas das montadoras associadas à Anfavea, que mediram crescimento de 16,1%na quantidade de carros emplacados.

Assim, as empresas da Abeiva tentam se manter competitivas em um mercado que já deixou claro que não as querem aqui somente como comerciantes de automóveis, mas, sim, como investidores em produção e manufatura de produtos industrializados.

A solução é simples, então: basta trazer uma linha de montagem para cá e pronto! Não é tão fácil assim. A Audi já fez carros no Brasil e foi embora. A Mercedes-Benz, também. Será que temos tecnologia para suportar esses players?

O plano Inovar-Auto é fantástico no sentido de aproveitar o potencial de crescimento do mercado interno brasileiro de automóveis para atrair as novas montadoras coreanas e chinesas. Mas, que tipo de carros elas farão?

Os mesmos que as demais: carros de baixo valor agregado com tecnologia defasada, enquanto os mais eficientes e interessantes são importados.

Esta é a estratégia das quatro grandes e mais antigas montadoras que estão no País: montar aqui carros de baixo valor agregado e trazer de fora os modelos mais bem equipados e com maior índice de tecnologia

O mercado de veículos importados pelas montadoras que fazem parte da Anfavea é de 21% do total de carros vendidos.
Em janeiro foram mais de 64 mil veículos. Desse bolo, a Abeiva representa apenas 13,5% e, logo mais, não haverá volume para justificar uma associação. E isso é triste.

Alegrias
Mas, por outro lado, em fevereiro deste ano, a produção de automóveis de baixo valor agregado cresceu no Brasil. No mês do carnaval, as 13 montadoras de veículos leves da Anfavea produziram 4,3% a mais do que em fevereiro de 2012. Foram 212.358 automóveis em fevereiro de 2013 contra 203.522 do mesmo mês de 2012.

Este é um motivo para se comemorar, pois indica aquecimento na indústria nacional e, portanto, boas expectativas para o ano.

Só espero que algum dia possamos fazer aqui os veículos com tecnologia de ponta, idênticos aos que são trazidos do México, Europa, Estados Unidos e Japão.

Boa leitura
Alexandre Akashi – Editor