Vergonha de ser BRA

Começou com o futebol, quando perdemos para a Alemanha por 7 a 1, e agora é a Petrobras, com as práticas escandalosas que chocam somente quando vem à tona

Logo mais é Carnaval, festa de maior alegria do povo brasileiro, que durante o ano inteiro se mata de trabalhar para farrear sem culpa durante quatro dias seguidos.

Porém este ano há pouco o que comemorar, pois falta água, a luz aumentou, a gasolina também (incrível é que o preço do petróleo baixou no mundo inteiro), e ainda corremos o risco de ter mais 2 pontos percentuais de etanol misturado à gasolina, que hoje é de 25%. Logo será 27% e se continuar assim, quem sabe um dia qualquer um brilhante político decida que o melhor mesmo é ter gasolina com 100% de etanol? Parece loucura, né? Pois é isso mesmo que os estrangeiros pensam de nós, povo brasileiro. Somos um bando de loucos.

O IPTU aumentou, a passagem de ônibus, trem e metrô também subiu, a inflação ficou bem acima dos 4,5% da meta estipulada, e uma das principais empresas do País passa pela maior crise da história desde que foi criada; deixou de ser orgulho e virou vergonha nacional.

Mas o pior é que sempre fez negócios assim, desde que nasceu, e ninguém nunca questionou. A arte de corromper não é nossa, foi trazida pelos colonizadores europeus, que trocavam bugigangas por riquezas. O capitalismo evoluiu e com isso as bugigangas deram lugar ao dinheiro. Os europeus evoluíram, criaram a tal Governança Corporativa, mas agora é tarde para salvar a todos.

Se os colonizadores, os mestres em corromper, levaram cinco séculos para evoluir, quanto tempo nós, da colônia, levaremos para atingir o mesmo patamar? Enquanto não deixarmos de pensar como colônia, enquanto não virarmos colonizadores, jamais seremos tão civilizados.

A história recente do Brasil mostra que pelo menos três governos perderam a grande chance de mudar esse sentimento arredio. José Sarney passou uma borracha nos crimes políticos cometidos pelos governos militares antecessores a ele, ao invés de prender e julgar os torturadores e responsáveis pela barbárie, ato que poderia ter dado o mínimo de dignidade às famílias das vítimas; os oito anos de FHC, que escolheu a forma mais simples e vendeu quase tudo por reais sobrevalorizados e nem se esforçou em moralizar as estatais; e agora a era PT que mostrou ser farinha do mesmo saco, porém um saco vazio e gigante que ao longo dos últimos 12 anos vem sendo cheio, e por mais que se coloque coisas nele, não transborda nunca.

A presidente Dilma Rousseff tem ainda quatro anos para reverter toda essa bagunça, mas será que ela quer isso? Será que os coronéis vão deixar? Se a Petrobras quebrar, se for vendida por preço de banana, é porque não há alternativa para este País e nem para o povo, que abraça com unhas e dentes e política do “pão e circo” pela sobrevivência, mas sem abrir mão do consumo de produtos de “marca”.

O pior é que futebol também deixou de ser atração que se preste. Ainda mais depois do vexame da seleção brasileira que se perdeu num 7×1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. O que não entendo, no entanto, é a empolgação do narrador no reclame do Plim-Plim, ao chamar os jogos do Brasil como se isso ainda fosse um grande espetáculo. Os 7×1 foram a gota d’água. Matou qualquer brasileiro de vergonha. Antes, em época de Copa do Mundo, era orgulho ser brasileiro, principalmente no exterior. Hoje, é vergonha, motivo de chacota, piada. Uma lástima.

Carro e moto
Infelizmente tudo isso interfere no tema foco desta publicação, que são carros e motos. As grandes empresas do setor não têm muito o que comemorar, e quem perde com isso é o consumidor, que já paga caro por tudo que é relacionado a veículos, e agora nem mais crédito consegue para trocar de carro ou moto.

A solução será manter o usado, o que significa gastar com manutenção. Ou não. Afinal, se ninguém fiscaliza, para que gastar com isso certo? Errado. Este é o mesmo pensamento de quem é colônia, de quem nada tem, de quem é corruptível e acaba se corrompendo por bugigangas inúteis que só servem para ocupar espaço.

Se a hora não é boa para trocar por um novo, é o momento de manter o que se tem em ordem, pois o quanto vale a vida? O governo não está preocupado com a sua, pois se estivesse já teria posto em prática a inspeção técnica veicular. Pensem nisso.

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

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