Pit Stop, sim

Decidimos manter o nome da ação, mesmo sob ameaça. Afinal, não comercializamos nada e o que fazemos é um serviço de utilidade pública

No próximo dia 24, sábado, realizaremos o 4º Pit Stop Farol Alto, no estacionamento do Telhanorte Washington Luis, próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, mesmo local onde funcionava a Voli Autopeças. Mesmo sob ameaça, decidimos manter o nome da ação, uma vez que trata-se do terceiro e último Pit Stop programado para ano, e também porque não faz sentido nenhum a notificação sobre uso indevido da marca (leia os editoriais Pit Stop, não! e O popular pit stop).

Esta edição da ação de utilidade pública de inspeção veicular gratuita (IVG) e solidariedade (via arrecadação de alimentos) contará com novidades como a presença da Delphi, que irá avaliar os sistemas eletrônicos dos veículos, e o apoio da Abtrans (Academia Brasileira de Trânsito), que por meio da SpeedMaster abordará a pilotagem segura sobre duas rodas, além de sortear inscrições para o curso Abtrans de Pilotagem.

É preciso enfatizar que para participar do Pit Stop Farol Alto o motorista não precisa comprar nada, não precisa pagar nada e não tem nenhum tipo de obrigação com as empresas de reparação parceiras, patrocinadoras ou apoiadoras, e nem tampouco obrigação de doar alimentos. Escolhemos um local neutro para a realização da ação, um estabelecimento que não comercializa nenhum tipo de produto relacionado a automóvel, justamente para que o motorista não se sinta constrangido de levar o veículo para nossa linha de IVG, nem coagido após a inspeção, caso seja constatado problemas de manutenção.

É de responsabilidade dele o que acontece depois de ter o veículo checado. Se ele vai ou não para uma oficina, centro automotivo ou ainda a uma loja de autopeças comprar os componentes necessários para que o carro fique 100% em ordem, é escolha dele. A nós cabe alertá-lo da situação real do veículo que ele utiliza no dia a dia, sozinho ou com a família. Fazemos nosso papel de conscientização.

Eventos
Setembro foi um mês repleto de eventos, sendo os principais o Congresso e Mostra de Engenharia SAE BRASIL e o Salão Latino-americano de Veículos Elétricos. Em ambos, muita tecnologia automotiva. Na SAE BRASIL, destaque para a Bosch, que apresentou um conceito ainda inédito no País de injeção indireta de combustível por meio de dois injetores por cilindro ao invés de apenas um. Segundo a empresa, esse sistema permite até 12% de economia de combustível e 20% de emissões.

O segredo, segundo a Bosch, é que com dois injetores é possível aproximar os bicos de forma que os jatos de combustível sejam melhor aproveitados, além de poder injetar mesmo com as válvulas abertas, algo impossível com o sistema atual. Para as montadoras, é um sistema mais barato do que a injeção direta de combustível, e com resultados intermediários.

Já o Salão de Veículos Elétricos não chegou a apresentar nenhuma novidade mercadológica, mas foi interessante para ver o quanto o Brasil é atrasado em relação à tecnologia de veículos híbrido e elétricos, o que nos faz pensar: será que realmente precisamos de veículos elétricos? Existe toda uma comoção mundial sobre este tipo de motorização, mas até que ponto isso é realmente viável? Ainda mais com a política de energia que temos hoje, em que em um mês a bandeira da conta está verde e no outro, sem nenhum tipo de justificativa, está vermelho.

Carros 100% elétricos devem ser pensados com cuidado. Agora carros híbridos, sim. Estes, já deveriam estar rodando aos milhões pelo Brasil afora, principalmente entre caminhões (VUCs) e ônibus urbanos, pois os benefícios de redução de consumo de combustível e consequentemente emissões de gases na atmosfera são incrivelmente elevados. E, quando a questão é aumentar a qualidade da saúde pública, qualquer investimento vale a pena.

Por mais que a administração municipal da cidade de São Paulo seja deficiente, foi acertada a decisão de reduzir em 50% o IPVA de carros híbridos e elétricos assim como liberá-los do rodízio. Afinal, o rodízio foi inventado para reduzir o nível de emissões na atmosfera causado por veículos automotores, algo que os híbridos e elétricos fazem por natureza.

Boa leitura,
Alexandre Akashi
Editor