Defeitos intrigantes – City fora de ordem

Modelo apresentou uma série de defeitos consecutivos, do tipo que nunca havíamos visto em um carro da marca

Sergio Torigoe Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe Rua Serra de Botucatú, 2724 (11) 2097-8440

Sergio Torigoe
Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe
Rua Serra de Botucatú, 2724
(11) 2097-8440

Sinônimo de qualidade acima de tudo, os veículos Honda raramente apresentam defeitos crônicos ou inusitados. Mas não são à prova de tudo. Durante o mês apareceu um City 2010, com pouco mais de 70.000 km rodados, que deu muito trabalho.

O motorista contou que antes de chegar aqui levou o carro em várias oficinas de ar-condicionado, pois ambas disseram que o defeito era elétrico. Sem nenhum tipo de aviso, a ventoinha e o compressor passaram a trabalhar de forma intermitente. Uma hora ligava, outras não.

O motorista contou que cinco dias antes havia retirado o carro de outra oficina, pois teve problema de cabeçote. A rosca de uma das velas simplesmente espanou e a vela pulou para fora. Com certeza este foi um defeito colocado no carro, mas mesmo assim foi preciso fazer o cabeçote.

E agora o ar-condicionado não funcionava mais da forma como deveria. Passamos o scanner e a resposta não foi muito convincente, e como havia suspeita de defeito elétrico, testamos o módulo do ar-condicionado, mas não encontramos nada. Decidimos então levar o carro para fazer o diagnóstico com o equipamento original e reprogramar o sistema.

Após ter o cabeçote retificado, começou a apresentar problemas no ar-condicionado, travas elétricas e por fim, precisou de uma bateria nova

Após ter o cabeçote retificado, começou a apresentar problemas no ar-condicionado, travas elétricas e por fim, precisou de uma bateria nova

De volta à oficina, conferimos a carga do fluido de refrigeração e descobrimos que o defeito estava no termostato, localizado na caixa de ar do sistema. Felizmente o acesso é fácil, pela tampa do porta-luvas. Trocamos a peça e o sistema voltou a funcionar normalmente. Agendamos a devolução do carro, porém no dia seguinte, antes de o motorista chegar, as travas elétricas enlouqueceram.

Desmontamos as portas, retiramos a travas e as testamos fora do carro, porém não havia nada de errado com elas. Consultamos alguns colegas que trabalham exclusivamente com travas e descobrimos que o defeito poderia estar na base interna de fusíveis. Testamos a base e encontramos o defeito. A solução neste caso é substituir a base toda.

O que nos impressionou neste caso foi a sequência de problemas apresentados em um único carro, e nenhum deles diretamente relacionado. Esta foi a primeira vez que pegamos um Honda com tantos problemas consecutivos.

E ainda há mais uma peça para ser substituída: a bateria, porém como a que está no carro ainda é a original, trata-se de algo que já cumpriu seu papel, e o fim da vida útil já era esperado.