Defeitos intrigantes – O flex da discórdia

Após 13 anos de lançamento do primeiro carro flex, ainda há dúvidas entre proprietários sobre o que fazer ao mudar de combustível

Alexandre Morikawa Automecânica e Elétrica Morikawa R. São Paulo de Oliveira, 877  Jd. Cumbica, Guarulhos  (11) 2481-3819

Alexandre Morikawa
Automecânica e Elétrica Morikawa
R. São Paulo de Oliveira, 877
Jd. Cumbica, Guarulhos
(11) 2481-3819

Em 2003, a Volkswagen colocou no mercado o primeiro veículo flex, que podia ser abastecido tanto com etanol quanto com gasolina, em qualquer proporção. Na época, houveram milhares de casos de desconforto de motoristas, que mudavam o combustível e o carro não pegava na manhã seguinte.

E demorou para as montadoras explicarem os motivos. Há relatos de que o carro foi parar na concessionária, pois não pegava de jeito nenhum, e no dia seguinte o técnico informava que não havia nada de errado e que o motor pegou de primeira pela manhã. Quanta cara de pau!

O que acontece é que sempre que o motorista decidir trocar o combustível, de etanol para gasolina e vice-versa, é preciso rodar um tempo com o novo combustível para o computador do carro entender que houve a troca e ajustar os parâmetros de funcionamento para a mistura que está no tanque.

Este mês, recebi um cliente com essa dúvida. Por anos tem utilizado gasolina, e agora resolveu abastecer com etanol. Como o tanque estava vazio, encheu e foi para casa. Rodou menos de 3 km, um pouco menos de 5 minutos, e desligou o carro. Na manhã seguinte, ao tentar dar a partida, nada de o motor pegar.

O Gol foi o primeiro carro flex em 2003; após trocar combustível, deve-se rodar até o sistema reconhecer a nova mistura

O Gol foi o primeiro carro flex em 2003; após trocar combustível, deve-se rodar até o sistema reconhecer a nova mistura

Passamos o scanner e fizemos a aprendizagem forçada do novo combustível. Isso resolveu o problema. Porém um outro cliente não teve a mesma sorte. Por coincidência, o sensor de temperatura pifou ao mesmo tempo. Apesar de rodar pouco com o carro, o sistema conseguiu fazer o reconhecimento do combustível, mas apresentou dificuldade de partida pela manhã. Mas, depois que pegava, funcionava normalmente.

O motorista precisa ficar atento aos sintomas do não reconhecimento do combustível. Se tinha etanol e mudou para gasolina, o motor grila depois que pega, e se ouve um forte barulho metálico vindo do motor. Se a troca foi de gasolina para etanol, o motor falha e engasga.

Outro problema que temos visto bastante é entupimento da válvula injetora do sistema partida a frio, por conta de gasolina podre no reservatório, o famoso tanquinho. Isso acontece pois nos dias quentes como os que vivemos nos últimos meses, alguns sistemas flex dispensam a partida a frio, e a gasolina, que tem prazo de validade, vira borra com o tempo.

Assim, é sempre bom verificar o estado da gasolina no reservatório e, se necessário, trocá-la. A dica é utilizar gasolina Pódium que tem prazo de validade de 6 meses, ante os 30 dias da normal.