Negócio do China

Localizado na Zona Norte, o China Serviços Automotivos é exemplo de perseverança

Desde criança, o empresário Ezequiel Vasconcelos Tsushia, mais conhecido como China, trabalha com reparo automotivo. Hoje, após 45 anos de profissão, administra duas unidades do China Serviços Automotivos no bairro Lauzane Paulista, na zona Norte de São Paulo, juntamente com o filho, Thiago, o Chininha.

O China (direita) e o filho Thiago (Chininha), na unidade 2 do oficina, localizada a alguns metros da oficina principal

O China (direita) e o filho Thiago (Chininha), na unidade 2 do oficina, localizada a alguns metros da oficina principal

A história de China é rica em idas e vindas, mas o que impressiona é a memória do empresário, que lembra até mesmo os nomes dos primeiros empregadores, quando tinha 11 anos e consertava Fusca, Studebaker, Belair, Simca, DKV, Aero Willys entre outras raridades.

Ao todo, foram 4 empregos até abrir a primeira oficina, aos 17 anos, na avenida Parada Pinto. Sem capital, entrou com a mão de obra, mas o que parecia um sonho logo virou dor de cabeça, e decidiu sair da sociedade.

Fachada da oficina principal, na av. Cons. Moreira de Barros

Fachada da oficina principal, na av. Cons. Moreira de Barros

China lembra que algum tempo depois, ao passar em frente da antiga oficina, viu que o antigo sócio havia vendido o ponto para um colega, que estava insatisfeito e queria fechar. “Me ofereceu e corri atrás de financiamento para comprar”, conta. “Mandei tirar tudo, não queria nem um parafuso da antiga oficina”, lembra. Pequena, era uma garagem que cabia apenas um carro. “Trabalhei muito na rua”, diz.

Com o tempo, precisou de mais espaço e, assim mudou para a segunda oficina, também na avenida Parada Pinto. “Lá tinha espaço para 12 carros”, afirma.

Interior da oficina principal, na av. Cons. Moreira de Barros

Interior da oficina principal, na av. Cons. Moreira de Barros

Como todo jovem, China era arrojado. Chegou a arrendar a oficina para trabalhar como transportador, comprou um caminhão e quase perdeu tudo. Abriu uma terceira oficina com novo sócio que não deu certo e decidiu viver no interior de São Paulo, consertando caminhões em usina de cana. “Fiquei um ano e voltei”, lembra.

O tiro certeiro ocorreu logo depois de voltar a São Paulo, ao abrir a quinta oficina. “Isso foi nos anos 1980, e lá ganhei dinheiro”, lembra. “Tinha muito serviço, trabalhava até às 11h da noite”, conta.

A oficina foi uma das primeiras a utilizar o Onmotor

A oficina foi uma das primeiras a utilizar o Onmotor

Na época, surgiu a oportunidade de comprar o terreno onde é a atual oficina, na avenida Conselheiro Moreira de Barros. “Montei uma segunda unidade, e deixei um parente cuidando”.

Japão
Descendente de japoneses, China ainda teve tempo de se aventurar no Japão, onde trabalhou por 10 anos. “Fui três vezes para lá, e voltei definitivo em 2007”, conta. Neste período, enviava dinheiro para a família que tentava manter o negócio funcionando.

Ao retornar, uma nova oportunidade surgiu e abriu segunda unidade, na mesma rua, a alguns metros a frente. Hoje atende 150 carros por mês nas duas unidades. “O importante é manter a rentabilidade”, diz.