Aquecimento por corrosão

Veículo superaquecia somente quando rodava na cidade. Por fora, tudo parecia normal, mas ao retirar a bomba d’água, uma surpresa…

José Carlos Finardi Editor técnico

José Carlos Finardi
Editor técnico

Existe um motivo pelo qual os fabricantes de bomba d’água automotiva utilizam plástico na confecção do produto: evitar corrosão. O problema é muito sério e, dependendo do caso, pode até fundir o motor.

Chegou ao nosso conhecimento um caso assim, ocorrido na oficina Reiki Car, com um Citroën C3. O dono do carro reclamava que o veículo estava superaquecendo ao trafegar em perímetro urbano, mas o mesmo não acontecia ao rodar em estradas, mesmo em viagens longas e sem muitas paradas.

No processo de diagnóstico, foi verificado o funcionamento da válvula termostática e algum possível vazamento da junta do cabeçote e também o radiador. Como nenhum dos itens apresentava avaria, então a última tentativa foi verificar a bomba d’água – apesar de não existir nenhum vazamento pelo retentor ou folga no rolamento.

Defeito é comum nos veículos das marcas Peugeot e Citroën

Defeito é comum nos veículos das marcas Peugeot e Citroën

Um problema muito comum em bombas d’água com rotores de plástico é a sua quebra. Quando isso ocorre, ela deixa de movimentar suas palhetas e consequentemente a água mal circula, o que resulta no superaquecimento do motor.

Para a surpresa dos técnicos da oficina, as palhetas do rotor eram de metal, e não estavam quebradas. Porém, apresentavam corrosão acentuada, o que levou a perda de eficiência na circulação do líquido de arrefecimento.

Bomba d’água corroída

Bomba d’água corroída

Tal nível de corrosão se deu por conta da falta de manutenção preventiva no sistema, falta de troca do líquido de arrefecimento, de aditivo e água desmineralizada. Uma dia: nunca use água da torneira no sistema de arrefecimento, pois ela contém elevada quantidade de cloro e materiais pesados em sua composição, o que ocasiona a ferrugem em diversos locais pelos quais passa.

Bomba d'água nova, com aletas de plástico, que não sofrem corrosão

Bomba d’água nova, com aletas de plástico, que não sofrem corrosão

Desta maneira, a solução foi substituir os selos do motor e da bomba d’água. Além disso, trocou as mangueiras e realizou uma limpeza rigorosa em todo sistema de arrefecimento, com adição de aditivo de qualidade e compatível com o veículo.

Mesmo após a manutenção, agora esse carro precisará de um acompanhamento rigoroso (e anual), pois as camisas internas dos cilindros do motor já apresentavam fortes pontos de corrosão, o que causa risco de rupturas.