Importados em queda livre

Vendas, empregos e arrecadação de impostos caem drasticamente por excesso de imposto

Alexandre Akashi

Não é de hoje que os importadores de veículos pedem ajuda. Em 2012, o Governo Federal determinou penalidade de 30 pontos percentuais sobre o IPI para veículos importados que excedam a cota máxima de 4.800 unidades anuais (dependendo da marca este número é menor).

Em 2011, as empresas da Abeifa venderam 199.000 carros. Este ano, não serão mais de 36.000. “É impossível vender carro com penalidade de IPI”, afirma o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, da Kia Motors.

“Não estamos importando mais porque não tem cota para vender. Tenho pedido de concessão, mas não posso nomear enquanto não resolver o problema da cota”, disse Gandini ao revelar os números de vendas das associadas Abeifa que fechou abril com a comercialização de 2.856 unidades, queda de 13,9% em relação ao mês anterior, quando foram emplacadas 3.317 unidades. Em relação a abril de 2015, a queda é de 45,8%, (5.274 veículos).

Menor arrecadação
Em 2011, ano que as empresas da Abeifa registraram recorde de vendas no País, as associadas contavam com rede de 848 concessionárias autorizadas, 35 mil empregos diretos e recolhimento de impostos na ordem de R$ 6,5 bilhões, segundo a associação. Hoje, respondem por 450 concessionárias (incluindo as que têm fábricas no País), 13,5 mil empregos diretos (incluindo fábricas) e têm previsão de recolhimento de impostos na casa de R$ 2,1 bilhões.

Fato é que dificilmente as associadas da Abeifa voltem a vender como em 2011, ainda mais porque algumas marcas deixaram a associação depois que instalaram linhas de montagem no País. Porém, é fácil perceber como uma política econômica equivocada prejudicou milhares de trabalhadores.

É certo que o preço do dólar também não ajudou. Em 2012, quando a penalidade de 30 pp a mais no IPI teve início, a cotação da moeda norte-americana era de R$ 1,71 e hoje está mais do que o dobro, aproximadamente R$ 3,83. Só isso já é motivo de maior dificuldade na venda do carro importado. “Com 30 pp a mais de IPI fica impossível”, afirma Gandini.

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