Falsidade ideológica

Repetimos o teste do HHO (forma errônea de escrever a fórmula da água) e voltamos a constatar o mesmo resultado: equipamento não cumpre o que promete

Teste do produto nacional, com duas células. Equipamento esgotou a carga da bateria em apenas 20 minutos

Teste do produto nacional, com duas células. Equipamento esgotou a carga da bateria em apenas 20 minutos

No início do ano, o Canal 100% Motor juntamente com a oficina Sérgio Performance avaliou duas marcas de equipamentos nacionais que convertiam água em gases de hidrogênio e oxigênio (eletrólise) e prometiam economia de até 100% no consumo de combustível. Os resultados foram pífios em relação ao anunciado.

Ao saber disso, outras marcas nos procuraram, uma importada, com produto oriundo de Israel e uma nacional, com equipamento de duas células, para realizar testes tais como os da primeira reportagem. O resultado foi ainda pior.

O produto nacional, com duas células, apresentou elevado consumo de energia, o que esgotou a carga da bateria de 90 A em apenas 20 minutos, sendo que ela estava ligada a um carregador que fornecia 90 A constante. Após meia-hora, o motor começou a falhar devido à falta de energia, até que parou de vez.

Isso significa que instalar este produto no carro é uma furada, pois ficará sem partida em menos de meia hora, uma vez que o alternador não consegue suprir a energia consumida pelas duas células.

Neste período de tempo, a economia obtida pelo sistema, foi de no máximo 7%, medida por um sistema de injeção programável, que reduz o tempo de injeção e utiliza um dinamômetro de motor para efetuar a medição da potência do motor durante o teste.

O fornecedor do equipamento informou que para evitar este problema é preciso instalar um dispositivo adicional que reduz a tensão de alimentação das células de eletrólise de 12 V para 10 V, e assim poupar a bateria.

Porém, fica a lógica: se com 12 V o equipamento obteve apenas 7% de economia, com uma tensão menor o desempenho seria ainda pior, e por este motivo dispensamos a realização de novos teste.

Além disso, para gerar uma quantidade maior de gases, este equipamento utiliza uma mistura de água destilada com soda cáustica, produto altamente corrosivo que quando aspirado pelo motor gera danos internos aos componentes metálicos.

Israel
Já o equipamento importado também não mostrou ser muito eficiente. O resultado final foi economia de menos de 10% e autonomia total de no máximo duas horas de funcionamento. Após este período, seria necessário substituir a bateria por uma nova, pois o consumo de energia, assim como no equipamento anterior, é maior do que o alternador consegue gerar.

Ambos testes foram realizados em dinamômetro de bancada, com motor especialmente preparado e sistema de injeção programável, calibrado para potência máxima nominal. À medida que o HHO fornecia gases, o tempo de injeção era reduzido, até encontrar o ponto de equilíbrio entre combustível sólido e gasoso.