Off road premium

Suspensão a ar ativa e eixo traseiro dinâmico são destaques da nova versão do SUV, porém são opcionais; falta tecnologias básicas como ACC e Park Assist

Dez anos após ser apresentada ao mundo, o SUV Q7, da Audi, é totalmente repaginado, apesar de externamente manter o aspecto grandalhão e desengonçado de carro anabolizado. Os destaques do modelo 2016 são o menor peso (ficou 325 kg mais leve), adoção de novo motor (agora V6 TFSI de 333 cv) e incremento tecnológico como itens opcionais.

  • Na estrada, carro fica até 30 mm mais baixo
  • Lanternas traseiras são de leds
  • Interior é confortável e tecnológico
  • Painel é digital e customizável
  • Inclusive com as informações do GPS
  • Linha de saída de ar ficou estranha e feia
  • Porta-mala é gigante no modelo 5 lugares
  • O motor V6 TFSI rende 333 cv

Mesmo com dólar na estratosfera dos R$ 4,00 (alguns dias mais, outros menos), o preço inicial é de R$ 399.990 e está disponível em uma única versão, Ambition, com diversos opcionais, como o Pacote Tecnológico (eixo traseiro dinâmico, night vision e farol full LED), por R$ 32.000, Pacote Side Assist (Audi Side Assist, Pre Sense Traseiro, Exit Warning e Assistente de Tráfego Reverso), por R$ 7.500, terceira fileira de bancos, por R$ 20.000 e suspensão adaptativa a ar, por R$ 30.000. Completo sai por R$ 489.490 (sem pintura metálica).

Pelo valor, era de se esperar mais. Isso porque o modelo apresentado deixou de fora duas tecnologias que a Audi tem prontas e deveriam vir de série em qualquer modelo convencional (séries A, T ou Q) com preço superior a R$ 300.000: ACC (piloto automático adaptativo) e Auto Park, sistema de estacionamento automático com câmera de ré (baliza e perpendicular). São deslizes fáceis de resolver, mas não deveria ter ocorrido, pois são tecnologias que ajudam a vender, muito mais do que as apresentadas como novidade no modelo.

Uma delas foi o eixo traseiro dinâmico, que recebe sinal elétrico do volante e esterça as rodas traseiras de acordo com a velocidade do carro e ângulo de giro do volante. Até 60 km/h, as rodas traseiras viram no sentido inverso das dianteiras, em até 6°, para ajudar na manobrabilidade do veículo. Acima de 60 km/h, as rodas traseiras viram no mesmo sentido das dianteiras, em até 3,5°, para minimizar o balanço das manobras na hora que o carro volta a andar em linha reta. Na prática, ambos são imperceptíveis.

Outra tecnologia nova é a suspensão adaptativa a ar, com regulagem de +60 mm a -55 mm, dependendo do tipo de terreno e velocidade do veículo. Em terrenos acidentados, com o Drive Select na posição Off Road, o carro se ergue 6 cm a mais do que o normal, com velocidade até 30 km/h. Na estrada, com o Drive Select na posição Dinâmico ou Automático, a suspensão rebaixa o carro em até 3 cm, quando se roda por mais de 20 segundos em velocidade superior a 160 km/h. E parado, na hora que o porta-malas é aberto, o sistema rebaixa o carro em 5,5 cm para ajudar a carregar. Essa tecnologia é interessante, mas nada interativa, pois quase tudo é automático. Não se pode optar em rodar 100% do tempo mais alto, por exemplo, a não ser que se contente em andar abaixo 30 km/h, o que nem sempre é uma opção.

Em movimento
O motor V6 de dupla injeção é o mesmo que equipa o sedan A6 e mostrou ser suficiente para impulsionar o grandalhão Q7. Na estrada, ganha impulso com facilidade, apesar dos 1.970 kg de peso, e a suspensão ativa reduz um pouco o centro de gravidade o que ajuda a manter a estabilidade, mesmo com a altura típica dos SUVs. O eixo traseiro também influencia na estabilidade do veículo, deixando-o mais firme ao atacar as curvas.

Sensores de presença laterais auxiliam ao indicar veículos em pontos cegos, mas com um retrovisor gigantesco este é um dispositivo quase dispensável. O teste drive oferecido pela Audi contou com longo trecho em estrada de terra, pela trilha que leva à Pedra Grande, em Atibaia. Uma boa oportunidade para testar a suspensão ativa em modo Off Road, porém como a estrada estava em boas condições, grande parte foi feita em velocidade acima de 30 km/h.

Apesar disso, o Q7 mostrou ser valente. Claro que toda a tecnologia empregada aliada à tração 4×4 permanente o torna ideal para quem sai do escritório na cidade e vai para a fazenda, no Mato Grosso. Mas, definitivamente, não é um carro para fazer trilhas.

Ficha técnica
Audi Q7 Ambition
Motor: dianteiro, longitudinal, gasolina, V6, 3.0l, 24V, DOHC, turbo, injeção direta e indireta, 2.995 cm³, 333 cv a 5.500 rpm, 44,9 Kgfm a 2.900 rpm
Câmbio: automático de oito velocidades
Direção: assistência elétrica progressiva variável
Suspensão: independente nas quatro rodas, tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores a gás (opcional: bolsa de ar ativa) e barra de torção
Freios: dianteiros e traseiros a disco ventilados, com ABS, EBD, ESP
Rodas e pneus: liga leve, 285/45 R20
Dimensões: comprimento, 5.052 mm; largura, 1.968 mm; altura, 1.741 mm; entre-eixos, 2.994 mm, peso, 1.970 kg
porta-malas, 890 l; tanque de combustível, 85 l
Desempenho: velocidade máxima, 250 km/h; aceleração 0 a 100 km/h: 6,1 s
Consumo: urbano – 5,9 Km/l; rodoviário – 9,3 Km/l

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