Peça genuína ou de reposição?

Muitas vezes, os clientes decidem comprar eles mesmos as peças que serão utilizadas na manutenção, e neste momento surgem dúvidas

Por Luiz Marcelo de Carvalho Navega, membro do GTA – Grupo Técnico Automotivo

Quando o automóvel necessita de manutenção, seja preventiva ou corretiva, na maioria das vezes é preciso substituir algumas peças. O reparador é um técnico especializado que possui ferramentas para o diagnóstico, conhecimento dos diversos sistemas automotivos e seus defeitos, e é a pessoa certa para saber o que fazer e qual a peça deve ser substituída.

Muitas vezes, os clientes decidem comprar eles mesmos as peças que serão utilizadas na manutenção, e neste momento surgem dúvidas. Todos sabem que existem peças genuínas (compradas nas concessionárias das montadoras), peças originais (da mesma marca que foi utilizada no carro, mas que podem ser adquiridas em lojas de varejo), e as chamadas peças de reposição (similares às originais).

Para cada uma delas existem vantagens e desvantagens, mas é importante saber que todas têm 90 dias de garantia, e isso é lei. As genuínas normalmente vem em embalagem com os logos da montadora, porém nada impede de elas terem os logos da fabricante (é preciso lembrar que em relação à peça mecânica, as montadoras não produzem as peças, compram de outros fabricantes e aplicam no veículo, na linha de montagem).

Ao se comprar peças no balcão da concessionária com a intenção de obter garantia em todo Brasil, devemos lembrar que isto só funciona com nota fiscal e, mesmo assim, só se consegue garantia total se a peça for instalada em uma concessionária da marca. Ainda assim, há todo um processo burocrático de laudo técnico para atestar o defeito de peça.

Nestes casos, a garantia conta a partir da entrega do veículo com a emissão da nota fiscal. A grande vantagem desta forma é de conseguir garantia em outras concessionárias da marca, porém não se esqueça de avaliar quantas e onde se localizam estas concessionárias e entender que existe também a questão da disponibilidade de pronto atendimento, ou seja, terá que agendar o atendimento.

Varejo

A peça original ou de reposição comprada no varejo é, geralmente, mais barata do que a genuína, mas é preciso observar alguns cuidados, principalmente quando se busca as não originais. Algumas marcas que atuam exclusivamente no mercado de reposição têm boa reputação, enquanto outras, não. Por isso, é sempre bom ouvir a recomendação do reparador, que quando compra e aplica, assume a garantia junto ao cliente, (emitindo sua NF), refazendo o serviço e cobrando a garantia de seu fornecedor que por sua vez cobra do fabricante.

Muitos mecânicos se negam aplicar determinadas peças, pois julgam não ter qualidade ou porque não reconhecem a qualidade da mesma no mercado. Quando o mecânico instala uma peça fornecida pelo cliente (genuína ou reposição) e a mesma apresenta defeito, o serviço de remoção e nova instalação devem ser cobrados (o valor real) do fornecedor da peça, neste caso, o próprio cliente, pois a responsabilidade sobre o componente é dele.

Para não ficar no prejuízo, deve contatar o fabricante, para que o mesmo vá até a oficina, constate o problema, entregue nova peça e o reembolse. Porém, nem sempre o valor é o mesmo, pois a fábrica tem tabelas próprias de valores que julgam corretos. Este processo é demorado e normalmente causa indisposição entre as partes e prejuízo á todos.

Logo no início falei sobre o prazo de garantia, que são de 90 dias a contar da data de emissão da nota fiscal. As peças instaladas após este prazo já não tem garantia. Assim, para minimizar riscos de problemas com garantias, é sempre recomendado delegar a compra da peça ao reparador, pois a oficina que faz o serviço completo se responsabiliza pelo resultado e garantia. Como diz o comercial, se preocupar, pra que?

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