Diagnóstico preciso

O uso de tecnologia se intensificou em todos os setores da sociedade. Uma oficina mecânica , em relação aos equipamentos, tem de se equiparar tecnologicamente a um laboratório

Eduardo Topedo

Eduardo Topedo

Quando comecei na profissão de mecânico, em 1988, os veículos mais sofisticados tinham ar-condicionado, travas e vidros elétricos. Naquela época era lançado o primeiro carro com injeção eletrônica no país. Só de ouvir falar dava uma sensação de incerteza, pois ainda não sabíamos como seria o desenvolvimento dos veículos que estava por vir.

Nas últimas décadas, o uso de tecnologia se intensificou em todos os setores da sociedade. Os equipamentos de um laboratório de exames ambulatoriais são imprescindíveis para a realização de um bom diagnóstico. Uma analogia às oficinas mecânicas podemos dizer que, em relação aos equipamentos, temos que nos equiparar tecnologicamente a um laboratório.

É aí que entram os scanners, que por meio de um interface própria, conectam o software do equipamento com diversos módulos eletrônicos dos veículos, que são capazes de realizar a leitura dos códigos de avarias, assim como apagá-lo; medição em tempo real dos parâmetros (sensores, atuadores etc); acionamento de atuadores (relé de bomba, eletroventilador, eletro válvula cânister, entre outros);  programações (novas chaves codificadas, adaptar novo módulo de injeção, reset de parâmetros auto-adaptativos etc.).

Devido à complexidade de realizar essas funções, esses equipamentos tem que serem de extrema confiabilidade.Infelizmente o que temos observado é que renomadas marcas de fabricantes de scanners não tem desenvolvido softwares que sejam abrangentes a ponto de o profissional ter condições de realizar essas tarefas com êxito.

Um reparador ao fazer o diagnóstico em um Agile constatou que o sistema de injeção tinha 30 avarias armazenadas. Isso mesmo 30 códigos de defeitos no módulo.

Deduziu que se tratava de um defeito no módulo da injeção e, ao tentar adaptar um novo, teve a desagradável surpresa de constatar que o equipamento de diagnóstico o induziu ao erro. Ao se informar melhor, descobriu que aquele veículo tem uma REDE CAN onde em um mesmo fio é conduzido vários dados do veículo simultaneamente.

Por esse motivo as oficinas estão se especializando em eletrônica embarcada e tem adquirido equipamentos mais sofisticados, desenvolvidos e comercializados pelos sistemistas dos módulos, juntamente com softwares melhores, similares aos das montadoras e, dessa forma estão garantindo diagnósticos mais confiáveis, economizando tempo e evitando a troca de componentes indevidos.

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