Combustível sob suspeita – Goma verde e perda de potência

As válvulas injetoras apresentavam resíduos gosmento, resultado da queima de substâncias nocivas para o motor; assim foi realizada limpeza do sistema de injeção

Luis Carlos Bailone Luizinho Reparações Automotivas  Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2789, Jardim Tremembé  (11) 2203-1627

Luis Carlos Bailone
Luizinho Reparações Automotivas
Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2789, Jardim Tremembé
(11) 2203-1627

A qualidade dos combustíveis voltou a piorar nesta época de crise econômica. Todas as semanas temos aqui na oficina pelo menos um caso de problema de desempenho do veículo causado por gasolina ou etanol com substâncias extras e prejudiciais ao motor.

Um deles é este. Um Nissan Livina 1.8 Automático Flex 2009/2010, adquirida há oito meses pelo cliente, na época com 62.000 km, e hoje com 80.800 km. Apesar de ser bicombustível, o atual proprietário utiliza somente gasolina, e abastece sempre no mesmo posto de combustível, na cidade onde mora, em Mairiporã, município da região metropolitana de São Paulo. E, como trabalha em São Paulo, roda todos os dias em estrada de serra, repleta de curvas, descidas e subidas.

Porém, o antigo proprietário utilizava ambos combustíveis, sempre de olho no preço. Pois bem. Após oito meses, o carro começou a perder potência e por isso o cliente trouxe para a oficina. Realizamos o processo de diagnóstico com um exame detalhado de todo o sistema de injeção e ignição. Constatamos que as válvulas injetoras apresentavam grande quantidade de goma ao redor da saída de combustível. Era uma substância pegajosa que prejudicava a formação do leque no coletor de admissão.

Defeito ocorreu com Nissan Livina, mas poderia ter sido com qualquer outro veículo

Defeito ocorreu com Nissan Livina, mas poderia ter sido com qualquer outro veículo

Por conta disso, decidimos também avaliar o coletor de admissão. Retiramos para verificar a situação na entrada do cabeçote e constatamos uma grande formação de substância esverdeada na região da câmara de admissão.

Realizamos uma descarbonização completa com produtos químicos em todos os componentes; limpamos os bicos injetores, o corpo de borboleta (também chamado de TBI) e o coletor de admissão. Além disso, substituímos as velas de ignição, preventivamente.

A substância gosmenta estava em todo o coletor de admissão...

A substância gosmenta estava em todo o coletor de admissão…

Este motor tem uma peculiaridade em relação às velas de ignição, pois para remover as velas de ignição do segundo, terceiro e quarto cilindros é preciso retirar o coletor de admissão. Como o coletor já estava desmontado, não tivemos dificuldades, mas sempre que for necessário verificar as condições das velas (geralmente a cada 10.000 km ou um ano), é preciso desmontar o coletor.

... e inclusive nas válvulas do motor

… e inclusive nas válvulas do motor

Remontamos o veiculo e fizemos diversos os testes de rodagem. O carro voltou a ter desempenho. Assim, fica mais uma vez a lição de sempre abastecer em locais confiáveis, de preferência durante a semana, em horário comercial, e sempre pegar nota fiscal, pois ela é o comprovante de consumo do produto e uma aliada, em caso de problemas.