Combustível sob suspeita – Cuidado para não levar ferro

Substância costuma ser adicionada para aumentar a octanagem, porém causa falhas de ignição e consequentemente, perda de potência, e pode ainda danificar componentes como sensor de oxigênio, velas de ignição e catalisador

Ponta avermelhada na vela indica sinais de ferro na gasolina

Ponta avermelhada na vela indica sinais de ferro na gasolina

De repente, sem qualquer explicação plausível, o carro começa a falhar quando mais se precisa de força: ao reduzir a marcha e elevar o giro do motor para fazer uma ultrapassagem. Na manhã seguinte, o motor só pega depois da quinta tentativa, e apesar de ser flex, está abastecido com gasolina e a temperatura está agradável, acima de 20ºC. A revisão está em dia, não faz mais de seis meses que passou por um check-up geral. O que será que houve?
Na oficina, removeram as velas e constataram algo estranho: as pontas por onde saem as faíscas estavam avermelhadas. Era óxido de ferro.

A fabricante de velas NGK realizou testes com amostras como esta em peças provenientes dos estados São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, e confirmou que a origem do contaminante avermelhado é do combustível, que, quando acumulado no componente causa os efeitos citados inicialmente. Segundo Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK, o ferro não é um dos componentes da gasolina produzida no Brasil e é conhecido por aumentar a octanagem do combustível.

De acordo com a NGK, durante análise visual de peças também foram detectados sinais de fuga de corrente, um fenômeno conhecido como flash over. Por ser um condutor elétrico, a presença de ferro na ponta da vela provoca perda de isolação, reduzindo a eficiência na queima do combustível. Por ter alto ponto de fusão, nem mesmo o funcionamento do motor é capaz de promover a autolimpeza dos itens.

Tags: