Aprovados com restrições

Usados, estes sucessos de vendas devem ser comprados com critérios, pois o Fiat apresenta alguns defeitos crônicos e o Peugeot sofre com dificuldades características da marca

Na lista dos hatchback médios, Fiat Stilo e Peugeot 307 foram grandes concorrentes durante o início do século. Bem equipados, eram comercializados com ar-condicionado e direção com assistência hidráulica ou elétrica de série, e em alguns casos, air bags e freios ABS. Mas, o que realmente chamava atenção do consumidor era o design agressivo e jovial, que mesmo depois de anos continua sendo bastante agradável.

Para consultores automotivos do Jornal Farol Alto, o maior problema do Stilo é a caixa de direção, que se quebrar custa caro para consertar; já o 307 tem eletrônica complicada e suspensão frágil

Para consultores automotivos do Jornal Farol Alto, o maior problema do Stilo é a caixa de direção, que se quebrar custa caro para consertar; já o 307 tem eletrônica complicada e suspensão frágil

O Peugeot 307 chegou primeiro ao mercado, em 2001, com duas opções de motores: 1.6l, de 110 cv, e 2.0l, de 138 cv. Em 2007, a versão 1.6l ganhou motor flex, e a potência subiu para 113 cv quando abastecido com etanol. Até então, era o 1.6l mais potente do mercado.Com preço médio de R$ 20.120, segundo tabela Fipe (cotado em 15 de junho de 2014), escolhemos o modelo 2004 a gasolina para avaliar nesta reportagem.

Com 110 cv de potência, o motor do 307 era o 1.6l 16V mais potente da época

Com 110 cv de potência, o motor do 307 era o 1.6l 16V mais potente da época

Já o Fiat Stilo estreou no mercado em 2003, na época com três opções de motorização gasolina: 1.8l 8V, de 103 cv, 1.8l 16V, de 122 cv, e 2.4l, de 167 cv. Em 2006, o motor 1.8 8V virou flex e as potências aumentaram para 114 cv no etanol, e 112 cv na gasolina. Porém, para este comparativo, escolhemos a versão 1.8l 16V de 122 cv, ano 2004, que tem preço médio R$ 20.366, segundo a tabela Fipe (cotado em 15 de junho de 2014).

Motor gasolina 1.8 16V do Fiat rende 122 cv

Motor gasolina 1.8 16V do Fiat rende 122 cv

Na oficina
De uma forma geral, o Peugeot apresenta menor índice de defeitos crônicos do que o Fiat. Mas, então por que a nota dele é menor? Entre os consultores automotivos do Jornal Farol Alto, o Fiat Stilo é o mais recomendado para o consumidor e, na média obteve nota 7,9, ante 6,75 do Peugeot 307.

O Stilo leva 380 l no porta-malas; o 307 é maior, com 420 l

O Stilo leva 380 l no porta-malas; o 307 é maior, com 420 l

Para a maioria dos consultores, o maior problema do Peugeot é a complexidade de reparação do veículo, que conta com sistemas eletrônicos mais sofisticados, o que exige maior conhecimento. “Isso torna a manutenção do carro mais cara para o consumidor”, comenta o consultor Sergio Torigoe, do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, na zona Leste de São Paulo.

Outro item que interfere no custo de manutenção é o preço das peças no mercado de reposição, assim como a sua disponibilidade. “É uma marca que temos certa dificuldade em encontrar peças, mesmo nas concessionárias”, afirma Eduardo Topedo, da Ingelauto, também da zona Leste de São Paulo.

O comparativo do preço das peças de reposição não deixa dúvidas, apesar de a cotação da concessionária Fiat ter revelado custos exorbitantes para o modelo, com orçamento de R$ 8.634,13, três vezes superior ao orçamento da loja de peças independente, com R$ 2.714,75.

Já o Peugeot, o preço das peças foi bastante equilibrado entre concessionária (R$ 3.747) e loja independente (R$ 3.293,47), com diferença de apenas R$ 500, sendo que algumas peças compensam comprar em concessionária, como amortecedores e velas de ignição.

Defeitos
O Fiat Stilo tem ampla cobertura de peças de reposição e disponibilidade de informações técnicas que facilitam a manutenção, porém um índice maior de problemas crônicos. “O ponto fraco é a direção elétrica que costuma queimar”, comenta Claudio Cobeio, da CobeioCar, na zona Sul de São Paulo. “E quando isso acontece, a conta fica alta, pois uma nova custa R$ 6.000, só a peça”, afirma Marcos de Castro, da Mecânica De Castro, na zona Norte.

Outro item de reclamação constante no Fiat é a suspensão, principalmente as bandejas e as bieletas que costumam dar bastante problema. “O sistema de arrefecimento também é meio problemático ou ele tem vazamento de água pelas mangueiras ou pela bomba d’água, ou a válvula termostática trava fechada e o carro aquece”, comenta Julio de Souza, da SouzaCar, na zona Leste. “Porém, este é um defeito simples de ser resolvido”, completa.

Valores de referência encontrados na região Leste da cidade de São Paulo. Podem variar de acordo com marca e localidade

Valores de referência encontrados na região Leste da cidade de São Paulo. Podem variar de acordo com marca e localidade