Será que agora vai?

Não está fácil para quem trabalha no setor automotivo. Das montadoras às oficinas de reparo, o negócio está devagar. Então fica a pergunta: será que agora vai?

Já tivemos Carnaval e a Copa do Mundo terminou (não da forma como nós, brasileiros, gostaríamos, mas acabou), e a pergunta que todos se fazem é: será que agora vai? Ou as eleições vão atrapalhar um pouco mais o conturbado calendário deste ano?
A verdade é que não está fácil para quem trabalha no setor automotivo. Das montadoras às oficinas de reparo, o negócio está devagar.

A Anfavea, porém, vê o segundo semestre com otimismo. O presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Junior, acredita na retomada do crescimento. “As turbulências que pairaram sobre o setor neste primeiro semestre estão sendo superadas e o viés agora é de crescimento. As questões de financiamento pelo PSI, que travaram a comercialização de veículos pesados e máquinas autopropulsadas no início do ano, foram resolvidas. O acordo com a Argentina foi assinado e já está em vigor. As alíquotas do IPI foram mantidas até o fim do ano. São fatores que nos fazem ter a convicção que o segundo semestre será melhor que o primeiro”, disse.

Fato é que a indústria registrou retração no primeiro semestre de 7,6% nas vendas ao se comparar as 1,66 milhão de unidades de 2014 com as 1,80 milhão de igual período de 2013. A produção também apresentou recuo, que foi de 16,8% no acumulado do semestre, ao se defrontar as 1,57 milhão deste ano com as 1,88 milhão do ano passado.

O impacto foi grande e obrigou a Anfavea a rever os números da projeção de vendas e produção para 2014. Agora, a expectativa da entidade é de retração de 5,4% nos licenciamentos, 10% na produção, e 29,1% nas exportações.

Autopeças
Apesar de ainda não ter o balanço do semestre consolidado, os números do faturamento acumulado de janeiro a maio de 2014 da indústria de autopeças mostram que a situação está ruim para o setor, com retração de 9,28% em relação a igual período de 2013.

É preciso lembrar que este resultado ainda não leva em consideração os dias parados da primeira fase da Copa do Mundo, assim é de se esperar que a queda de faturamento do setor seja maior ainda no semestre.

Motocicletas
No universo das duas rodas a realidade não é diferente. Segundo a Abraciclo, houve redução de 8,4% na produção de motos no primeiro semestre deste ano, com a fabricação de 769.613 unidades, contra 839.945 no mesmo período de 2013.

Já as vendas apresentaram queda de 12,2% no período, com volume de 716.814 motocicletas comercializadas no primeiro semestre deste ano frente a 816.462 unidades no primeiro semestre do ano passado e, da mesma forma que a Anfavea, refez as projeções para o fechamento do ano, agora com queda de 3%, tanto para a produção quanto para as vendas.

Assim, a ordem agora é vender para tentar recuperar as perdas. “No segundo semestre, portanto, o setor estará focado na necessidade de recuperação dos volumes de vendas e ajustes dos estoques”, afirma o presidente da entidade, Marcos Fermanian.

Criatividade
Em tempos difíceis como estes é preciso ter muita criatividade e um pouco de planejamento (pois é quase impossível planejar algo em um país que a todo tempo muda as regras do jogo, com criação de taxas e impostos).

Na seção Perfil desta edição apresentamos o exemplo do empresário Francisco Carlos de Oliveira, que tem utilizado o Jornal Farol Alto como aliado na conquista de novos clientes. E, apesar do pouco tempo da iniciativa, já colhe resultados positivos.

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

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