O que será de 2015?

Dúvidas, demissões e violência marcaram o início desse tão esperado ano novo. Viveremos cercados de incertezas, intolerâncias e falta de bom senso, e é preciso mudar isso

2015 começa com dúvidas, demissões e violência no Brasil e no mundo. Será competente este novo ministério que a presidente Dilma Rousseff acaba de nomear? Terão eles a coragem e capacidade de promover os ajustes que o País precisa para voltar a crescer economicamente? Eles sabem o que deve ser feito?

Na dúvida, melhor precaver do que remediar, e é justamente assim que muitos consumidores estão agindo, pois com tantas incertezas é difícil saber o que virá a seguir. Nada é garantido. A renda de hoje pode não haver amanhã e assim, como é possível comprometer ainda mais o orçamento doméstico?

Na indústria automotiva, os números mostram um quadro de recessão econômica na ordem de 7,1% nas vendas de carros zero Km em 2014 em relação a 2013, segundo a Anfavea. E a entidade divulga ainda que a quantidade de empregos nas montadoras caiu 7,9% no mesmo período. Isso sem contar as recentes demissões na Volkswagen e Mercedes-Benz.

A perda de empregos é resultado direto da redução de produção, que em 2014 foi 15,3% menor do que em 2013. Isso mesmo, as plantas brasileiras de automóveis produziram bem menos carros em 2014. Por que? Boa pergunta. Estranho é que ninguém fala em recessão econômica…

No setor de motocicletas, os números também não foram bons em 2014. Segundo a Abraciclo, a produção recuou 9,3% em 2014, enquanto as vendas foram 10,2% do que 2013.

Expectativas
Apesar disso, as entidades mostram-se otimistas, assim como grande parte dos empresários e executivos. O discurso padrão é de um primeiro semestre de ajustes e retomada de crescimento no segundo semestre, uma vez que este ano não há mega eventos (Copa do Mundo e Eleições) para atrapalhar as atividades de bens de consumo.

Tanto Anfavea quanto Abraciclo projetam estabilidade na venda de veículos novos em 2015. A associação dos fabricantes de automóveis acredita ainda em um pequeno aumento na produção, algo em torno de 4,1% sobre o produzido em 2014, e um crescimento pífio em exportações de 1%. Seriam bons números se não houvesse ainda tanta dúvida…

E o aumento de produção da Anfavea pode ainda ser mascarado pelas novas marcas que devem finalizar investimentos das novas plantas em 2015 e começar a montar carros no Brasil, como parte do acordo do Inovar-Auto. Assim, a única certeza é de que nada é certo.

Mas, fato é que nenhuma crise dura para sempre, porém só termina depois que começar e para muitos no governo Federal, ainda nem começou, pois fica melhor na foto mudar as regras do jogo do que realmente tentar vencer.

Violência
Esse editorial não pode deixar de comentar sobre a barbárie dos atentados ao Charlie Hebdo. Foi um ato covarde de pessoas intolerantes sem o mínimo bom senso da vida em sociedade e do que é ser humano pensante. Ato cometido por criaturas que se assemelham a robôs pré-programados a tocar o terror independente de quem seja, simplesmente pois não aceitam brincadeiras, mesmo sendo de gosto duvidoso.

Imaginem que se em algum momento este periódico criticar algum modelo de veículo por qualquer questão e no dia seguinte uma facção de engenheiros e projetistas sem noção resolve invadir a redação a tiro porque onde já se viu escrever que determinado modelo é mais feio do que o outro? Pois é. É assim que vivemos hoje.

Falar de falta de bom senso me fez lembrar de um post que me foi compartilhado no Facebook, dando conta de um motorista que foi parado por um policial rodoviário e levou uma multa por estar dirigindo com uma mão só enquanto a outra colocava um drops de menta na boca… Multa média e 5 pontos na CNH, segundo o código de trânsito. O guarda estava errado? Pela lei, não. Foi errado lavrar a multa? Com certeza, sim. Quanta falta de bom senso! É desse tipo de autoridade que tenho medo.

Agora imaginem como será quando os primeiros carros autônomos chegarem ao mercado. Várias montadoras já trabalham nisso. Será que nossas leis conseguirão acompanhar essa evolução?

Realmente, este é um ano de muitas dúvidas, ainda…

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

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