Chevrolet Montana 1.4 – Picapinha geniosa
A nova frente não deixou mais bonita, mas o novo motor trouxe macetes desafiadores
Na época do lançamento da Montana, a preocupação dos engenheiros da Chevrolet era desenvolver uma picape leve que pudesse reunir o que havia de melhor em cada modelo disponível no mercado: a robustez do Fiat Strada, a esportividade do VW Saveiro, e a caçamba do Ford Courier. Isso foi no início do século, em 2004.
Dez anos depois e com nova frente – que muitos acharam feia enquanto outros adoraram – a Montana deixou de ser um “Frankenstein” e passou a ter personalidade própria, muito forte, por sinal. Tanto que muitos reparadores chegam a perder a paciência com ela. “Existem muitos segredinhos que foram sendo desvendados aos poucos, mas alguns ainda nos pega”, comenta o consultor Sergio Torigoe, proprietário do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe.
Na oficina
O Chevrolet Montana avaliado estava na oficina Luizinho Reparações Automotivas, do consultor Luis Carlos Bailone, na zona Norte de São Paulo, com a luz de injeção acesa. O equipamento de diagnose indicava dois defeitos: falha de ignição e eficiência no catalisador. Em outras palavras, problemas de queima do combustível. Um detalhe a ser considerado: o carro só tinha 16.395 Km rodados. “É complicado explicar esse tipo de situação para o cliente, a minha sorte é que ele levou o carro na concessionária e nem lá souberam explicar o motivo disso”, afirma Luizinho ao comentar que o conserto foi relativamente simples, com a troca das velas e cabos de velas.
Um defeito crônico do modelo que conta com o mesmo motor 1.4 e eletrônica do Chevrolet Agile é dificuldade de ajuste da embreagem sempre que se troca disco, platô e rolamento. “O carro entra em modo de aprendizagem, mas nem sempre funciona e com isso a luz de injeção acende”, explica o consultor Júlio de Souza, da SouzaCar.
Souza comenta ainda que outro defeito recorrente do modelo é o vazamento de óleo pela junta da tampa de válvulas do cabeçote. “Típico de GM”, diz.
Já o consultor Marcos de Castro, da Mecânica De Castro, destaca a fragilidade do conector do chicote da bobina de ignição e dos conectores da entrada da flauta de combustível. “É preciso tomar muito cuidado, pois quebram com facilidade e no caso da flauta, é preciso comprar um conjunto novo, que custa R$ 300”, explica.