A ITV e o livre direito de reparo
Já estamos em junho e tudo indica que este será um ano curto e promissor
Muitas novidades já foram apresentadas em 2013 e outras virão. Uma das principais na indústria automotiva foi a nomeação do novo presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku, que noticiamos na edição passada.
Em entrevista de posse, Moan disse que vai lutar pela Inspeção Técnica Veicular (ITV), uma reivindicação antiga do aftermarket automotivo, pois a ITV pressupõe a retirada das ruas dos carros sem condições mínimas de segurança.
A ITV é necessária pois reduz os riscos de acidentes provocados por falta de manutenção veicular. Vale lembrar que carro velho não precisa ser, necessariamente, sinômino de lata velha. Um antigo bem cuidado oferece tanta segurança quanto um zero Km.
Infelizmente a ITV é ainda um sonho no Brasil. Será preciso um governante de pulso forte, e corajoso o suficiente para dizer não ao populismo. Afinal, é bem provável que a ITV retire das ruas a única condução possível de pessoas de renda muito baixa, que utilizam um veículo precário como meio de transporte, pois não há outra forma disponível de locomoção na região.
Para que a ITV seja um sucesso, é necessário ampliar o acesso a manutenção automotiva. Muitos deixam de fazer por conta do custo elevado das autopeças, tanto as compradas em concessionárias quanto as vendidas no mercado independente.
Existe ainda um segundo problema, que é a quase inexistência de informação disponibilizada pela montadora ao reparador independente, uma vez que somente os concessionários têm acesso aos bancos de dados.
Há, inclusive, movimentos na Europa e Estados Unidos que brigam pelo direito de o dono do carro utilizar a oficina de confiança nas revisões, sem a perda da garantia do veículo.
Aqui no Brasil isso também é um sonho. Mas, assim como anos atrás era sonho dar crédito para o consumidor comprar o carro zero Km, a ITV e o livre direito de reparo também se tornarão realidade um dia, pois esta é a evolução natural de mercado, ainda mais quando se tem metas de crescimento em produção e vendas.
Fazer as revisões nas oficinas da rede concessionária está cada vez mais difícil diante da quantidade cada vez maior de veículos vendidos. Não é justo com o cliente que ele perca a garantia do veículo por não conseguir agenda na concessionária.
Montar uma rede de assistência técnica credenciada utilizando as oficinas já existentes é uma forma de oferecer ao cliente da marca uma alternativa, e isso ajuda a fidelizar o consumidor.
Ainda que esta seja uma ideia para o futuro, seria interessante começar a pensar nela desde já. Afinal, a cada dia vemos sonhos virando realidade.
Boa leitura
Alexandre Akashi – Editor
