Honda Fit x Nissan Livina – Amplos & compactos
De bom berço, pois ambos são japoneses, ambos têm muitas qualidades e alguns poucos defeitos. Porém, postos no elevador, o Honda tem preferência dos Consultores
Os modelos monovolumes tipo minivans conquistaram o consumidor brasileiro pelo tamanho compacto e amplo espaço interno, principalmente para os passageiros. Porém, infelizmente, tomaram o mercado das peruas, que aos poucos desaparecem das lojas concessionárias.
As marcas japonesas Honda e Nissan disponibilizam modelos distintos, o Fit e o Livina, para concorrer pelo mesmo consumidor: famílias com filhos em que o carro precisa ser versátil e com bastante espaço interno.
Ambos modelos agradam principalmente as mulheres, pela facilidade de manobrar e excelente visibilidade. Aos homens cabe concordar com a escolha da esposa, ainda que este seja o único carro da família.
Honda Fit
O primeiro modelo do Honda Fit era feio, mas tinha uma qualidade insuperável: baixo consumo. Um modelo que avaliei, com câmbio CVT, motor 1.5 litro, fazia 12 km/l na cidade. Na época, a Honda não tinha se rendido ao motor flex, ainda.
O modelo avaliado nesta reportagem é o da segunda geração (no Brasil), apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2008, já com motor flex. Em relação ao anterior, cresceu no tamanho e ficou mais bonito, segundo o Consultor Automotivo do Jornal Farol Alto e proprietário da CobeioCar, Claudio Cobeio.
O Honda Fit 2009 é encontrado com duas versões de motor (1.4l e 1.5l) e dois tipos de câmbio, manual e automático, ambos de cinco velocidade. Os preços, segundo tabela Fipe, variam de R$ 33.130 (LX 1.4l manual) a R$ 39.643 (ELX 1.5l auto).
Nissan Livina
O Livina estreou no Brasil em 2009, com duas opções de motores flex: 1.6l fornecido pela Renault, e 1.8l da própria Nissan, e câmbio manual e automático (apenas para os modelos com motor 1.8l).
Apesar de ser uma minivan, o Livina mostrou excelente dirigibilidade durante o teste drive de lançamento, realizado na Ecovias paranaense, que começa em Curitiba e desce a serra rumo ao litoral. Além disso, mostrou fôlego dos motores, principalmente o Nissan, uma vez que o motor Renault já era um velho conhecido do mercado.
De acordo com tabela Fipe, os preços do Nissan Livina 2010 variam de R$ 28.494 (1.6l flex manual) a R$ 35.215 (versão X-Gear 1.8l auto).
Na oficina
Apesar de serem veículos muito bem acabados e com boa qualidade, não são livres de manutenção, nem de defeitos corriqueiros. Os Consultores Automotivos do Jornal Farol Alto apontaram alguns problemas crônicos em ambos modelos.
No Honda, destaque para barulho de suspensão, folga na caixa de direção e fuga de corrente. “O carro de um cliente ficou uma semana na oficina até encontrarmos o defeito de fuga de corrente”, comenta Sérgio Torigoe, do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe.
Com relação à suspensão, esta é uma das principais críticas que os proprietários de Fit fazem aos reparadores, por conta da rigidez excessiva. Essa é uma característica herdada do modelo anterior, que não era muito macio de rodar, principalmente nas esburacadas ruas de São Paulo. Infelizmente, esta é uma característica do carro que somente a Honda pode melhorar nos modelos futuros.
Outra reclamação frequente é o consumo elevado. ‘Em relação ao antigo, é bem mais gastão”, afirma Torigoe. Realmente, piorou muito no Honda Fit da nova geração, que é flex, em relação à anterior, somente a gasolina.
Peça rara
A maior dificuldade dos reparadores em relação ao Nissan Livina é encontrar peças no mercado de reposição, principalmente nos canais independentes. Para realizar a cotação desta edição, foram necessárias diversas pesquisas em lojas de peças diferentes. A rede concessionária, por outro lado, dispõe de peças de reposição em maior abundância, porém os preços são bem menos convidativos.
Entre os defeitos mais comuns, estão problemas com airbag e de emissões com o motor 1.6l quando abastecido com etanol. “A sonda trava e não atinge os níveis de emissões na rotação de ensaio, 2.500 rpm”, comenta Torigoe. “Estranho que isso aconteceu somente com etanol, com gasolina, passou”, disse.
Porém, o motor Renault tem vantagens. Segundo o Consultor Eduardo Topedo, da Ingelauto, trata-se de um veículo de fácil diagnóstico. “Pelo OBD2, qualquer scanner lê e consegue fazer diagnóstico pela leitura dos parâmetros” afirma.