Atenção à suspensão

Os sedans compactos Honda City e Volkswagen Polo têm muitas qualidades e poucos defeitos, porém ambos sofrem, cada um à sua maneira, de problemas na suspensão

A escolha por um sedan compacto premium nunca é por acaso. Geralmente, quem opta por este tipo de automóvel privilegia o conforto acima de tudo, assim como a comodidade de possuir um carro pequeno que dá pouco trabalho na hora de encontrar uma vaga para estacionar.

O Honda City 2010 conegue ser mais caro do que o Volkswagen Polo 2011 apesar de oferecer menos itens de conforto. Em compensação, recebeu menos críticas de defeitos dos consultores do jornal

O Honda City 2010 conegue ser mais caro do que o Volkswagen Polo 2011 apesar de oferecer menos itens de conforto. Em compensação, recebeu menos críticas de defeitos dos consultores do jornal

São modelos um nível acima dos compactos populares, com motorização mais potente e lista de equipamentos de série cada vez mais substanciosa, além de design mais aprimorado, assim como o acabamento final.

Com a maior facilidade de crédito na compra do carro zero km, este segmento passou a ser mais disputado. Nesta reportagem os consultores automotivos do Jornal Farol Alto avaliam dois dos principais concorrentes, nas configurações intermediárias: Honda City LX 1.5 Flex 16V, 2010, que segundo tabela Fipe vale R$ 37.250, e Volkswagen Polo Sedan Comfortline 1.6 TotalFlex 8v, 2011, avaliado em R$ 35.722, também pela Fipe.

Estética
O mercado de usados é beneficente com os modelos japoneses, assim o Honda desvaloriza menos do que o concorrente alemão.

O motor do Honda é menor, 1.5 litro, porém desenvolve até 116 cv e 14,8 kgfm de torque máximo

O motor do Honda é menor, 1.5 litro, porém desenvolve até 116 cv e 14,8 kgfm de torque máximo

A versão LX do City 2014 está disponível apenas com câmbio automático, e custa a partir de R$ 60.450 segundo o site da marca, mas há a versão Sport, com câmbio manual, por R$ 56.470. Um pouco mais caro que o Polo Sedan Confortline, que custa a partir de R$ 54.280, segundo a VW.

O projeto do Honda é mais atual e conta com design mais agressivo, rodas de liga leve de 16 polegadas, porta-malas de 506 litros, entre-eixos de 2,55 m.

Já o Polo tem motor mais antigo, com certa defasagem tecnológica, de 1.6 litro, 104 cv e 15,6 kgfm de torque

Já o Polo tem motor mais antigo, com certa defasagem tecnológica, de 1.6 litro, 104 cv e 15,6 kgfm de torque

Já o Polo tem um estilo mais conservador, sai de fábrica com rodas aro 15, tem entre-eixos mais curto, 2,46 m, e porta-malas de 432 litros.

Porém, o porta-malas do Volkswagen conta com dobradiças pantográficas, enquanto o Honda vem com o tradicional ‘pescoço de ganso’. A vantagem do sistema alemão é que não rouba espaço de carga e não é preciso fazer cálculos e malabarismos na hora de acomodar a bagagem. Infelizmente esta é uma tecnologia que tende a desaparecer.

Equipamentos
Quando o assunto é lista de equipamentos, o Volkswagen oferece mais do que o Honda, uma vez que o japonês ainda tem o velho espírito espartano de ser.

O porta-malas do City comporta até 506 litros, um dos maiores da categoria

O porta-malas do City comporta até 506 litros, um dos maiores da categoria

Entre eles, destaque para a chave canivete com controle remoto, ar-condicionado digital, e o auto rebatimento do retrovisor direito quando se engata marcha-à-ré.

Na oficina
Sob o ponto de vista mecânico, os consultores automotivos do Jornal Farol Alto são unânimes e afirma que o principal defeito do Volkswagen é a suspensão dianteira. “As buchas das bandejas dão problemas o sempre e devem ser trocadas com frequência”, afirma praticamente em coro.

O consultor Júlio de Souza, da SouzaCar, é proprietário de um Polo, e além de reclamar da suspensão, diz não gostar do tempo de resposta do motor 1.6 l. “Demora na aceleração, você pisa fundo e nada acontece”, afirma.

As dobradiças pantográficas são destaque no porta-mala do Polo

As dobradiças pantográficas são destaque no porta-mala do Polo

Já o Honda, a principal reclamação é em relação à calibragem da suspensão, que tal como o Fit, não filtra muito bem as irregularidades do piso e transfere tudo para o habitáculo. “Fora isso é um carro muito bom, só não se pode esquecer de fazer as revisões periódicas”, comenta Claudio Cobeio, da CobeioCar.

Outro defeito crônico do Honda, segundo o consultor Sérgio Torigoe, do Cento de Diagnóstico Automotivo Torigoe, é a força da bateria. “A original tem 42 Ah e é muito fraca, não dá conta do recado”, afirma.

*Valores de referência encontrados na região Leste da cidade de São Paulo. Podem variar de acordo com marca e localidade

*Valores de referência encontrados na região Leste da cidade de São Paulo. Podem variar de acordo com marca e localidade