Adeus, Kombi?
Nem mesmo defeitos de nascença abatem a ‘velha senhora’
A velha senhora se despediu da linha
de montagem mas das oficinas, não;
afinal, foram vendidas mais de 1,1 milhão
O Brasil foi o último país do mundo a produzir a Kombi, projeto que nasceu na Alemanha em 1950 e chegou à linha de montagem em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no final da década de 50. Foram 56 anos de produção, com vendas de mais de 1,1 milhão de unidades, e produção na casa de 1,5 milhão. Com estes números, será mesmo que é adeus, Kombi?
Com certeza a resposta é não. Afinal, a Kombi era a van mais vendida no Brasil, com média de 20 mil unidades por mês. O último modelo, lançado em 2006, contava com motor refrigerado a água, 1.4 litro, flex, de 80 cv a 4.800 rpm e torque máximo de 12,7 kgfm a 3.500 rpm. É justamente esta versão que avaliaremos nesta reportagem.
Fabricada em 2013, e com 28 mil Km rodados, a Kombi desta reportagem sofreu colisão frontal o que resultou em danos no eixo dianteiro, sendo necessário alinhamento técnico. Como o serviço era inevitável, aproveitou para fazer revisão mecânica com troca de filtros e óleo.
Na oficina
Os consultores do Jornal Farol Alto são unânimes em relação a dois aspectos da Kombi: é um carro de diversos defeitos crônicos que não foram resolvidos com o tempo, mas de fácil manutenção.
Um deles é a folga na caixa de direção. “Já troquei várias, de carros com menos de 40 mil Km”, comenta Marcos de Castro, da Mecânica De Castro. “É simples, e uma caixa nova custa relativamente barato”, completa.
Outro defeito clássico é a quebra de coroa e pinhão do câmbio. “Se o motorista se descuidar e uma das rodas traseiras sair do chão ao passar em uma valeta ou qualquer outro desnível, as chances de quebrar a cora e pinhão são grandes”, afirma o consultor Francisco Carlos de Oliveira, da Stilo Motores.
Já as Kombi com sistema de arrefecimento a água também apresentam problemas peculiares. Um dos principais é a bamba d’água, que segundo os consultores tem vida útil na casa dos 45 mil Km. “O problema é nas palhetas do rotor, que é de plástico e começa a girar em falso”, explica Júlio de Souza, da Souza Car. “E não adianta trocar pela do Gol, que apesar de encaixar, não serve pois não consegue bombear a água para o sistema”, diz.