VW Jetta 2.0 TSI usado vale a pena?

Sem dúvida, o Jetta 2.0 FSI é um carro de tirar o chapéu. Mas depois que a garantia acaba, a realidade muda

Lançado em 2011, o Volkswagen Jetta 2.0 TSI chegou com uma proposta ousada no segmento dos sedans médios, posteriormente copiada por Peugeot, com o 408, e mais recentemente pela Citroën, com o C4 Lounge: adoção de motor turbo com injeção direta de combustível.

Bomba de alta da injeção direta costuma dar problemas de lubrificação por causa do combustível

Bomba de alta da injeção direta costuma dar problemas de lubrificação por causa do combustível

Quatro anos depois, o modelo já figura com certa frequência nas oficinas, e isso significa novos desafios para os reparadores e também proprietários. Afinal, trata-se de um carro repleto de tecnologia e uma estrutura eletro-eletrônica complexa. “É um carro de fácil manutenção porém requer equipamentos de diagnóstico específicos da montadora”, alerta o consultor Eduardo Topedo, da Ingelauto.

Na oficina
O modelo avaliado estava no Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, do consultor Sérgio Torigoe, com vazamento de líquido de arrefecimento pelo radiador, troca de lâmpadas, módulo do vidro, e troca de óleo e filtros. “Tivemos sorte e conseguimos reparar o furo do radiador, se tivesse que trocar o orçamento seria acima de R$ 2.000, só nesse item”, afirma Torigoe ao comentar que não é comum esse tipo de defeito.

consultor-4vazamento“O Jetta Turbo costuma apresentar problemas na bomba de alta pressão”, comenta o consultor Claudio Cobeio, da Cobeio Car, ao informar que já teve pelo menos quatro casos em que foi necessário trocar o componente. “O defeito ocorre por conta da quantidade de etanol na nossa gasolina, que prejudica a lubrificação da bomba, que é lubrificada pelo combustível”, explica. Para minimizar as chances disso acontecer, Cobeio recomenda sempre abastecer em postos de confiança, com combustível premium.

Desgaste interno obrigou troca da chave de controle do coletor de admissão

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Cobeio comenta ainda que o proprietário deve ficar atento à troca do óleo de câmbio, que segundo o manual deve ser realizado a cada 60.000 km. “Acontece que muitos não fazem a troca, pois é cara, custa em torno de R$ 1.600”, diz. “Isso causa problemas futuros, por isso sempre alerto meus clientes quando comentam que vão comprar um carro desses usado”.

Mecânica Audi: motor turbo de 200 cv e câmbio DSG, de dupla embreagem

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De acordo com o consultor Luiz Carlos Bailone, da Luizinho Reparações Automotivas, não se pode descuidar da troca de óleo motor desse carro. “Já tive alguns casos de obstrução no sistema de ventilação da tampa de válvulas causado por carbonização”, afirma. “O interessante desse problema é que quando ocorre, fica difícil tirar a tampa de abastecimento de óleo, pois cria pressão que aspira ela de volta”, explica.

O consultor Sérgio Torigoe comenta ainda que já teve casos de defeito no sistema variável do coletor de admissão, e precisou trocar todo o conjunto. “O acionamento do sistema sofreu desgaste e não realizava todo o movimento, causando falhas”, diz.

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