Volkswagen Gol 1.0 2014 – Partida auxiliar queima ECU
Após ficar sem bateria, motorista erra ao fazer chupeta. Processo de diagnóstico para condenar módulo é trabalhoso e caro
Antigamente, ficar sem bateria era um inconveniente muito simples de resolver. Bastava fazer uma partida auxiliar (a famosa chupeta) com uma outra bateria carregada e pronto. Um procedimento simples que qualquer pessoa que conseguisse distinguir um cabo vermelho de um preto era capaz de realizar.
Nos carros atuais porém, a história é diferente. Apesar de muitos especialistas afirmarem que o procedimento é seguro, desde que se tome alguns cuidados, não é todo mundo que está apto a realizar o serviço.
“O pior que pode acontecer é queimar o módulo de gerenciamento eletrônico do sistema de injeção (ECU) e imobilizar o carro de vez, até que se troque o componente”, comenta o consultor automotivo do Jornal Farol Alto e proprietário da Mecânica De Castro, Marcos de Castro.
Foi justamente isso que ocorreu com o carro desta avaliação, um Volkswagen Gol City, 1.0 Flex, 2014/2015, com apenas 8.844 Km. Segundo tabela Fipe, o modelo tem preço médio de R$ 24.710, sendo que o zero Km sai por R$ 27.059. Trata-se de uma versão que é oferecida com mais frequência para clientes corporativos, e por isso o preço é menor.
Na oficina
“O carro chegou no guincho após o motorista ter feito uma chupeta e quando fizemos o diagnóstico descobrimos que isso queimou a ECU”, afirma Marcos ao comentar que o processo para chegar a esta conclusão foi demorado, uma vez que a queima de módulo não é algo frequente.
“Para encontrar o defeito fizemos uma varredura em todo sistema de ignição, pois não é simples condenar um módulo. Foram mais de 6 horas/homem de trabalho de diagnóstico até termos certeza que o dano era no módulo”, explica Marcos.
Queimou por que?
Após criteriosa avaliação, os técnicos da De Castro chegaram à conclusão de que o módulo foi queimado por falha no procedimento de partida auxiliar. “Provavelmente quem fez a chupeta inverteu os cabos ao ligá-los nos pólos da bateria, e para isso não há sistema de proteção que aguente a descarga elétrica”, explica Marcos.
Atenção aos custos
O orçamento total do serviço de diagnóstico e substituição do módulo desde veículo fica em torno de R$ 1.000 (peças e mão de obra). Porém, a troca do módulo exige um procedimento adicional, de habilitação, que em veículos novos (2014/2015) somente o equipamento de diagnose original, fornecido pela montadora consegue realizar, e as concessionárias cobram R$ 600. Como é preciso levar o carro até a concessionária, há ainda o custo do guincho, de R$ 200.
Como o cliente tinha guincho, decidiu levar o carro por conta própria, porém ao receber o orçamento da concessionária levou um susto, pois de acordo com a autorizada, era preciso substituir o módulo e mexer no painel, e portanto o custo seria de R$ 2.000. “Como solução trouxeram o carro de volta para a oficina e no dia seguinte levei o carro na concessionária, que cobrou os R$ 600 originais”, comenta Marcos.
Ficha técnica
Volkswagen Gol City 1.0 Flex
Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, flex (gasolina e etanol)
Cilindrada: 999cm³
Potência: 76/72 cv @ 5.250 rpm (etanol/gasolina)
Torque: 10,6/9,7kgfm @ 3.850 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: manual, 5 marchas
Direção: hidráulica
Tração: dianteira
Pneus: 175/70 R14
Freios: discos ventilados na dianteira 256x25mm e tambor na traseira 180x30mm
Dimensões: comprimento, 4.895 mm; largura, 1.656 mm; altura 1.464 mm: entre-eixos, 2.465 mm
Peso: 947 Kg
Volumes: tanque de combustível: 55 l; porta-malas: 285 l
Desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h: 12,9/13,4 s velocidade máxima: 165/163 km/h
Consumo (Km/l): cidade – 7,4/10,8; estrada – 9,5/14,1