Manutenção preventiva – Brasileiro ainda não cuida direito do carro
Dos 60 carros avaliados durante a ação, somente um teve 100% dos itens aprovados; nas motos, nenhuma das 14 checadas estavam com todos os itens em dia com a manutenção
O 3º Pit Stop Farol Alto, realizado em junho no Telhanorte Aricanduva, na zona Leste de São Paulo, mostrou que os motoristas da região têm deixado a manutenção do veículo em segundo plano. Dos 60 automóveis avaliados, apenas um foi aprovado em todos os itens, e das 14 motos, nenhuma obteve 100% de aprovação (clique aqui e veja reportagem).
“É uma péssima notícia, pois veículo com a manutenção vencida tem mais chances de ficar parado na rua, o que causa congestionamento, além de aumentar os riscos de acidentes”, afirma o consultor automotivo do Jornal Farol Alto e proprietário do Centro de Diagnóstico Torigoe, Sergio Torigoe. “Além disso, é ruim para o bolso, pois em caso de quebra inesperada, o conserto fica mais caro do que quando feita a manutenção preventiva”, diz Torigoe ao lembrar que o consumo de combustível também é maior e, consequentemente, aumenta as emissões de gases.
Entre os itens com maior incidência de problemas, destaque para as lâmpadas queimadas: 65% dos carros avaliados tinha pelo menos uma lâmpada que não acendia (farol, lanternas, piscas, ré, freio e placa), filtros (combustível – 53%, ar – 52%, ar-condicionado – 48%, óleo – 38%), coifas e batentes (homocinética, amortecedores etc.) – 50%, buchas (bandeja, eixo traseiro, barra estabilizadora), 43%, amortecedores (dianteiro e/ traseiro) – 37%, coxins (motor e câmbio) – 28%, qualidade do fluido de freios – 25%, extintor – 22%, luz de freio queimada – 22%. “São itens de manutenção simples, mas que devem ser trocados pois se desgastam com o uso e podem prejudicar outros componentes”, comenta Torigoe (veja relação completa na tabela e infográfico ao lado).
Tecfil
Pela primeira vez, os filtros de ar, combustível, óleo e ar-condicionado foram avaliados durante o evento, pelo técnico João Lucena, da fabricante de filtros Tecfil, que averiguou o estado dos componentes e também a data da última troca. O resultado foi inesperado.
“O elevado número de filtros em estado ruim indica que os motoristas têm gasto muito mais combustível do que o ideal”, comenta o consultor do Jornal Farol Alto, Sergio Torigoe.
Valeo
Outra empresa estreante no Pit Stop Farol Alto foi a Valeo, que avaliou diversos itens do carro. Os mais críticos eram as palhetas de para-brisa e os faróis desregulados, com 18% de incidência cada. A empresa também realizou teste do líquido de arrefecimento, com 15% de problemas, e do pedal da embreagem, com 8%.
“A maioria só lembra que precisa trocar as palhetas quando chove, e ai é tarde”, diz Torigoe. “E o pior é que depois que a chuva passa, esquece”, completa. “Com os faróis acontece algo ainda pior, pois nem todos sabem que o facho de luz pode ser regulado”, diz.
Cobreq
A fabricante de freios TMD Friction, detentora da marca Cobreq, foi a terceira estreante do evento, com avaliação dos sistemas de freios, sendo que 25% dos carros avaliados estavam com o fluido de freio vencido, e 8% tinha as pastilhas gastas já no limite da vida útil.
Torigoe lembra que freio é um dos principais itens de segurança veicular e que o número de 25% de problemas no fluido é muito alto. “Poucos se atentam para o fluido, trocam somente as pastilhas, lonas e disco, mas como o sistema é hidráulico, se o líquido está ruim, não adianta nada os demais itens serem novos”, comenta.
Sampel
Esta é a segunda edição que a Sampel participa do Pit Stop, e constatou números pouco agradáveis: 50% dos carros avaliados tinha problemas com coifas e batentes do sistema de direção e suspensão, 43% com problemas de buchas e 28% com coxins ruins, que precisam ser trocados.
O consultor do Farol Alto comenta que estes são itens que estão fora da visão dos motoristas e por isso muitas vezes são esquecidos. “É importante sempre que levar o carro na oficina, erguê-lo no elevador e verificar estes itens, pois uma coifa de homocinética que custa pouco pode estar rasgada e condenar a homocinética, que é bem mais cara”, exemplifica.
Nakata
Presente em todas as edições do Pit Stop, a Nakata avaliou a condição dos amortecedores por meio de teste computadorizado, e constatou que 37% dos veículos tinha algum problema com pelo menos um dos quatro componentes do veículo.
“Ainda é um número alto, apesar de ser menor do que o registrado no primeiro evento, neste mesmo local, quando 56% dos amortecedores estavam ruins”, comenta Torigoe.
Emissões e segurança
Com 15% de reprovação, o item Emissões de Gases preocupa uma vez que até dois anos atrás todos os carros da cidade de São Paulo eram obrigados a passar por vistoria de regulagem de motor, para ter o licenciamento liberado. Já os itens de segurança obrigatórios também preocupam, pois 22% dos carros estavam com o extintor vencido, 5% não tinha estepe e 2% apresentaram defeito no cinto de segurança. “São itens que resultam em multa gravíssima e não podem ser negligenciados”, comenta Torigoe.
Leia mais:
2Rodas– Mais atenção aos freios e lâmpadas
3º Pit Stop Farol Alto – Arrecadação de alimento recorde